Para efeito didático, diversos autores classificam os dons espirituais agrupando-os de várias formas. Com esta mesma intenção veremos a seguir algumas das classificações mais adequadas:
Gordon Chown, com base em 1 Coríntios 12:8-10 assim classifica os nove dons que são mencionados: Dons de revelação: palavra de conhecimento, palavra de sabedoria e discernimento de espíritos; Dons de poder: curas, operação de milagres e fé; Dons de inspiração: variedade de línguas, interpretação de línguas e profecia.
Outro autor classifica esta mesma lista como dons de revelação, dons de poder e dons inspiracionais ou de expressão vocal. Ele ainda se referem a estes assim: “três deles dizem algo, três deles fazem algo e três deles revelam algo.”
Max Anders, autor de O Espírito Santo, classifica os dons como: Dons de ofício, Dons de serviço e Dons especiais. “Dons de ofício são dados àqueles que servem à igreja de maneira especial como apóstolos, profetas evangelistas, pastores e mestres.” Define que dons de serviço são os “não-miraculosos que correspondem aos ministérios que todos nós devemos real, porém alguns são dotados para exercer impacto maior nesses ministérios.”
Nesta lista coloca os dons de profecia, auxílio, ensino, exortação, contribuição, liderança, e misericórdia. E conclui com os dons “especiais”, dizendo que são miraculosos. Inclui nesta categoria: palavra de sabedoria, palavra de ciência, fé, cura, milagres, profecia, discernimento de espíritos, línguas, interpretação.
Um material produzido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia para a América do Sul classifica os dons espirituais nos seguintes termos:
a) Dons de apoio: (1) ajuda e serviço; (2) misericórdia; (3) exortação; (4) dadivosidade ou generosidade; (5) hospitalidade.
b) Dons de ensino: (1) ensinamento; (2) conhecimento; (3) sabedoria; (4)pastorado.
c) Dons de liderança e de administração: (1) liderança; (2) liderança serviçal; (2) administração; (3) fé.
d) Dons Missionários: (1) evangelização; (2) apostolado; (3) discernimento; (4) ação missionária; (5)
e) Dons de sinais e poder: 91) dons de profecia; (2) fazer milagres; (3) curar; (4) martírio (5) pobreza voluntária; (6) celibato; ((7) línguas; (8) interpretação de línguas; (9) intercessão
A Alegre Noção dos Dons
A importância que as Escrituras dão a este tema se justifica de muitas formas. A satisfação da descoberta dos dons é superada apenas pela alegria de atuar em ministérios em harmonia com tais dons. Viver de acordo com os dons traz a alegria de estar envolvido em um ministério frutífero. O cristão que encontrar seus dons e seu lugar num dos ministérios de sua igreja será uma pessoa mais feliz, participativa e colaboradora do que aquela que atua aleatoriamente, sem nenhuma ou quase nenhuma noção dos dons e ministérios a que foi capacitada pelo Espírito.
À medida que os cristãos vivem de acordo com os seus dons espirituais, eles não trabalham pelas próprias forças, mas o Espírito de Deus trabalha neles. Assim pessoas bem normais podem efetuar tarefas bem especiais.
E as pessoas que realizam coisas especiais se sentem especiais, úteis e valorizadas. Isso faz bem à auto-estima de todas as pessoas.
O contrário, porém, é verdadeiro, “quando os seus dons não combinam com o papel que desempenha na vida, isso o faz sentir-se como um quadrado tentando se encaixar num círculo”
Enquanto um indivíduo ou uma igreja estiver vivenciando esse quadro de inadequação, a Obra de Deus estará prejudicada, o processo de edificação do corpo de Cristo sofrerá prejuízos e o crescimento individual dos crentes será retardado. Lamentavelmente é esse o quadro vigente em muitas igrejas e na vida de pessoas que não dão a devida atenção aos ministérios orientados pelos dons espirituais.
O efeito da descoberta dos dons e da compreensão de sua importância na vida do cristão e da igreja é revolucionário. Grande prazer é sentido por aqueles que descobrem o quanto são úteis no grande plano de Deus de munir a igreja local com pessoas capacitadas a levá-la ao pleno cumprimento de suas atribuições como instituição santa. Senso de pertencer, auto-estima elevada, senso de utilidade, são alguns dos sentimentos que permeiam a vida daqueles que descobrem o valor dos dons para a sua carreira cristã.
Que prazer sentem as pessoas quando compreendem que Deus as colocou na sua igreja local, num momento especial, porque os seus dons são necessários. Se elas não utilizarem os seus dons, a igreja não terá tanto êxito. Todos os crentes são, portanto, vitalmente importantes para desenvolver na igreja o mosaico completo das ações de Deus.
Como resultado da significativa pesquisa de Christian A. Schwarz que o levou a definir as oito marcas de crescimento da igreja (a marca número dois é ministérios orientados pelos dons), concluiu-se que há uma relação estreita entre a orientação da vida de acordo com os dons e a satisfação no ministério e na vida de um modo geral.
A adequação dos membros da igreja a um ministério com base em seus dons espirituais dará um sentido à sua vida espiritual e ao seu senso de utilidade no corpo de Cristo que nenhum outro modelo de organização das forcas da igreja poderá oferecer.
- Gordon Chown, Os Dons do Espírito Santo (São Paulo, SP: Editora Vida, 2002), 21.
- Kenneth E. Hagin, A Respeito dos Dons Espirituais (Rio de Janeiro, RJ: Graça Artes Editora), 83.
- Idem, pág. 63.
- Max Anders, O Espírito Santo (São Paulo, SP: Editora Vida, 1995), 108.
- Idem, pág. 110.
- Christian A. Schwarz, O Desenvolvimento Natural da Igreja (Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 1998), 24.
- Rick Warren, Uma Igreja com Propósito (São Paulo, SP: Editora Vida, 1998), 447.
- Russell Burrill, 73
