Ministério Pelos Dons Desmoronam Mitos

Oficina de Dons

Uma mentalidade reducionista em relação aos ministérios orientados pelos dons estabelecerá três principais conceitos limitadores para os ministérios a serem desenvolvidos pelos membros:
– Limitador de tempo e espaço
– Limitador de pessoas e tarefas
– Limitador de propósito e essência

 

O novo gera o medo e este gera os mitos. Assim, surgirão alguns mitos relacionados com a proposta de orientar a igreja com base nos dons de seus membros, mas eles ruirão quando a igreja for devidamente orientada a atuar respeitado o propósito de Deus com os dons espirituais.

 

Alguns mitos relacionados com o ministério dos crentes ruem naturalmente quando a igreja é orientada a atuar em harmonia com os dons espirituais disponibilizados para seus membros:

 

Limitadores de tempo e espaço

Mito (1) “O púlpito da igreja é o principal cenário para o exercício dos dons e ministérios. O ministério é desempenhado no púlpito da igreja”.

Mito (2) “Os dons espirituais mais importantes ou de primeira categoria são aqueles exercidos diante do povo, nas celebrações, na estrutura física do templo..”

Mito (3) Somente as pessoas que descobrirem seus dons espirituais poderão atuar na igreja. As demais ficarão inativas ou deslocadas até que consigam operar em harmonia com seus dons.
Mito (4) Os membros que atuarem em harmonia com seus dons desprezarão toda e qualquer tarefa que não esteja em estreita relação com eles.
Mito (5) Dons espirituais não combinam com os departamentos e cargos de igreja. Há uma incompatibilidade inevitável com os dois modelos.
Mito (6) O estabelecimento de ministérios orientados pelos dons é para manutenção e servirá de escusa para os membros que não querem fazer sua parte na missão evangelística da igreja.

Esses mitos estão bem relacionados, embora cada um deles tem nuances diferentes. O altar da igreja é apenas um dos locais onde os ministérios são desenvolvidos, não é o único nem o principal. O principal lugar onde o membro deve desempenhar o seu ministério é onde ele está inserido por mais tempo, com mais frequência: em casa, no local de trabalho, na vizinhança. Nos locais onde estamos atuando, naturalmente, na maior parte do tempo precisaremos exercer nossos ministérios com base nos dons que temos. Nesse sentido é que cada cristão é chamado a exercer um ministério de tempo integral, pois não apenas na igreja durante os cultos de celebração, mas em toda a sua existência, e em qualquer lugar, sem exceção, deve o crente ministrar, ou seja, atuar em favor dos interesses do reino de Deus e em harmonia com seus dons espirituais.

O ministério leigo acontece não só na igreja, mas também – e principalmente – no mundo. Os membros precisam começar a ver que o seu ministério para Cristo pode ter lugar na Segunda-feira de manha, no escritório, em vez de no Sábado de manha na igreja.[1]

Nesse sentido é que, cada cristão é chamado a exercer um ministério de tempo integral.

Oficina de Dons

O Privilégio de atuar com os dons espirituais na igreja não é exclusivo àqueles que tem dons de exercício público, como pregação, canto, regência, instrumentos, liderança, ensino etc.
Outro mito cai diante da satisfação que diversos cristãos têm sentido em exercer seus dons e ministérios fora do templo e até no anonimato. Há muito mais que fazer na vastidão do mundo em agonia e sofrimento do que na harmonia e tranquilidade da nave da igreja. Aqueles poucos metros quadrados do altar da igreja não são, absolutamente, o campo missionário e ministerial de todos os cristãos. Há muito mais do que isso esperando por você. A exemplo disso podemos citar os tremendos resultados da atuação desprendida de diversos cristãos com os dons de ajuda, hospitalidade, missionário, ensino, liderança, entre outros.

Dizendo de outra forma, em termos de espaço o cenário de atuação dos ministérios orientados segundo os dons é a vida do cristão. “O ministério leigo envolve toda a vida do cristão. O ministério não se limita ao edifício da igreja ou às horas sagradas do Sábado”[2]. A dimensão desse espaço onde o ministério deve ser realizado não se limita a alguns metros quadrado do púlpito, do altar ou de alguma sala da igreja, ele se expande ao espaço “ilimitado” do raio de ação de cada pessoa. Nesse espaço muito mais amplo, é onde cada cristão é chamado para desempenhar seu ministério, para atuar como sacerdote real.

 

Mitos Limitadores de tempo e espaço

Mito (1) “O púlpito da igreja é o principal cenário para o exercício dos dons e ministérios. O ministério é desempenhado no púlpito da igreja”.

”Os talentos do humilde suburbano são necessários para o trabalho de casa em casa e podem fazer mais nesta obra do que brilhantes dons. E aquele que usa retamente seu único talento será tão verdadeiramente recompensado como o que usa cinco talentos. É por trabalharem segundo a capacidade dada que Deus recompensa os Seus servos”. BS, 102

Em termos de tempo, nosso ministério também não se limita aos curtos períodos que temos por semana para passar dentro da igreja, mas se expande a todo o tempo que  temos de vida, de ação e atividade como ministros de tempo integral, que são todos os que dedicam a vida para o ministério que receberam de Deus. Essa é a dimensão do desenvolvimento do seu ministério e da aplicação dos seus dons. A liderança da igreja precisará se mobilizar para organizá-la em direção desta nova realidade. Implantar os ministérios orientados segundo os dons deve ser um propósito de cada igreja que quer sinceramente reviver os gloriosos anos de crescimento numérico e espiritual da igreja primitiva.

Oficina de Dons

O tempo médio necessário para que uma igreja esteja atuando satisfatoriamente em ministérios orientados pelos dons é de cerca de 18 a 24 meses. Esse tempo é necessário para levá-la à maturidade e à vivência desta nova realidade. Precisamos começar agora, valerá a pena.

Aqueles poucos metros quadrados do altar da igreja não são, absolutamente, o campo missionário e ministerial de todos os crentes. Há muito mais do que isto esperando por você.
“É evidente que precisamos mudar o modo como ministramos ao nível da igreja local, se é que queremos realmente liberar o imenso potencial dos leigos para o ministério.”  David Cox, 36.
Diversos cristãos têm sentido grande satisfação em exercer seus dons e ministérios fora do templo e até no anonimato. Eles descobrem que há muito mais que fazer na vastidão do mundo em agonia e sofrimento do que na harmonia e tranquilidade da nave da igreja.
Além das salas e dependências da igreja há uma cidade esperando que coloquemos nossos dons a seu serviço.
“Para muitas congregações, o edifício da igreja tornou-se o centro do ministério, porque é aí que a maioria dos programas e dos serviços têm lugar.”  David Cox, Pense em Grande, Pense em Pequenos Grupos, 36.

Oficina de Dons
Ministérios centralizados no templo
O problema é que, “os leigos tendem a ser espectadores, não ministros, nessas reuniões”. Diz Cox.

O cenário de atuação dos ministérios orientados segundo os dons é a vida do cristão na cidade. “O ministério leigo envolve toda a vida do cristão. O ministério não se limita ao edifício da igreja ou às horas sagradas do Sábado”. Russell Burrill, 94.

Todos nós exercemos nossa prerrogativa de ministros e sacerdotes em regime de tempo integral. Isso porque estaremos sempre disponíveis quando a necessidade nos solicitar. Em momento algum o servo do reino se negará a atender aos interesses do reino de Deus.

 

Limitadores de pessoas e tarefas

Mito (3) Somente as pessoas que descobrirem seus dons espirituais poderão atuar na igreja. As demais ficarão inativas ou deslocadas até que consigam operar em harmonia com seus dons.

Todos os membros, porém,  são chamados para desepenharem uma parte na grande obra de fortalecer e expandir o reino de Deus.

O Chamado do Reino de Deus não exclui, inclui.

“Aquele que se entregar inteiramente a Deus, será guiado pela mão divina. Poderá ser humilde e aparentemente não dotado de dons; contudo, se com coração amante e confiante obedecer a toda manifestação da vontade de Deus, suas faculdades serão purificadas, enobrecidas, revigoradas e aumentadas as suas capacidades. Ao serem por ele entesouradas as lições de divina sabedoria, um sagrado encargo ser-lhe-á confiado; será capacitado a fazer de sua vida uma honra para Deus e uma bênção para o mundo”. AA, 284

 

Mito (4) Os membros que atuarem em harmonia com seus dons desprezarão toda e qualquer tarefa que não esteja em estreita relação com eles.

Nenhum membro em nenhum momento deve ser excluído no que respeita ao desempenho de tarefas na igreja; assim, jamais um programa de dons espirituais terá caráter excludente.

Mesmo que o desafio dado ao membro da igreja, seja baseado na intuição acerca de seus dons, ele deve ser dado.

Ninguém deve ficar ociosos enquanto aguarda pela descoberta de seus dons.

A obra de Deus é desafiadora e complexa demais para que nos limitemos a atuar nela somente nas áreas onde estão nossos dons identificados.

Em alguns lugares será necessário fazer mais que isso.

Como fiéis servos do Reino, estaremos sempre à disposição quando a necessidade nos solicitar.

Fazer só o que se gosta é pouco demais em gratidão ao que o Salvador fez por todos nós.

Cabe a cada cristão comprometido com o avanço do reino de Deus, estar disposto a fazer mais do que seu gosto e comodidade sugerem.

 

“A ideia de um sacerdócio universal implica que todo crente foi chamado para algum tipo de ministério e é capacitado pelo Espírito. Todo sacerdote é ungido para oficiar. De igual modo o crente é capacitado para ministrar. Ninguém recebe o dom apenas para a satisfação pessoal.”

 

Marcos De Benedicto, “Tempo do Espírito” (Tatuí, SP: CASA, Revista Ministério, novembro-dezembro de 2004), 7.

 

Oficina de Dons

 

Limitadores de propósito e essência

Mito (5) Dons espirituais não combinam com os departamentos e cargos de igreja. Há uma incompatibilidade inevitável com os dois modelos.

Nada impede que o membro que descobriu seus dons possa, facilmente, identificar ministérios ou “departamentos” da igreja que estão atuando em sintonia com tais dons e neles se inserir como colaborador.

Reunida em torno de Cristo e cumprindo os propósitos de Deus, a igreja é guiada pelo Espírito Santo, portanto podemos estar certos de que carismas e estruturas, inspiração e instituição podem e devem conviver em plena harmonia. Para o bem do equilíbrio do corpo de Cristo é necessário que esta convivência seja preservada.

Muitos setores de trabalho da igreja já são identificados como ministérios e aguardam pessoas com dons afins para fortalecerem suas fileiras.

 

Mito (6) O estabelecimento de ministérios orientados pelos dons é para manutenção e servirá de escusa para os membros que não querem fazer sua parte na missão evangelística da igreja.

 

“Todo verdadeiro discípulo de Cristo nasce no reino de Deus como missionário”.

Cada pessoa pode fazer sua parte na grande obra de evangelizar o mundo dando as cores de seus dons a essa tarefa. Ninguém é obrigado a evangelizar do mesmo modo que o outro.

 

Em nenhum lugar em toda Escritura se afirma que somente aqueles que têm o cargo de evangelista ou o dom espiritual do evangelismo devam esforçar-se para ganhar almas para o Senhor. Todo dom do Espírito conduz a essa abençoada atividade, direta ou indiretamente.

“Todo membro da igreja deve empenhar-se em algum ramo de serviço para o Mestre”. CBV, 149.

Todo aquele que recebe o Espírito Santo e nasce de novo é chamado a ser testemunha de Jesus Cristo e deve evangelizar, portanto ninguém precisa de um dom espiritual especifico para fazer a sua parte na grande comissão.

 

Do ponto de vista de Deus e no contexto do plano da redenção, alcançar o mundo com a mensagem do evangelho e prepará-lo para o encontro com o Cristo vindouro é prioridade máxima nos propósitos de Deus. Sendo assim, os dons espirituais bem como todas as estruturas, estratégias e instrumentos de mobilização da igreja devem apoiar este objetivo final, se ela se sente responsável pela conclusão da obra.

 

“Nem todos os servos de Deus possuem os mesmos dons, mas são todos obreiros a Seu serviço. Cada um deve aprender do grande Mestre, e então comunicar o que aprendeu”. AA,  275

 

Deus nos considera responsáveis por tudo que poderíamos ser se aproveitássemos os nossos talentos. Seremos julgados de acordo com o que deveríamos ter sido mas não fomos; o que poderíamos ter feito mas não realizamos porque não usamos as nossas faculdades para glorificar a Deus. Por todo o conhecimento que poderíamos ter alcançado mas não alcançamos, haverá uma perda eterna, mesmo que não percamos nossa alma.  Ellen White, Testemunhos para Ministros, pg. 147

 


 

Russell Burrill, Como Reavivar a Igreja do Século 21 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), 94.
Ibidem.
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Willaim Wright

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